O terminal intermodal tem um papel essencial para a logística, pois é um facilitador em um país com dimensões continentais com um cenário de distribuição desigual de modais.
Assim como outros países, o Brasil precisa do transporte para o escoamento da produção nacional, seja no agronegócio, indústria, mineração ou outra atividade econômica importante para as finanças do país.
Essa relevância advém não só da necessidade de transportar os insumos produzidos ou extraídos até o mercado interno, mas também aos portos do país.
Os principais meios de transporte de mercadorias são o rodoviário e o ferroviário, 60% por intermédio do primeiro e 20% do segundo modal. Os portos são os mais utilizados para importação e exportação.
Por isso, é necessário encontrar a melhor estratégia para os seus produtos chegarem aos clientes. Ao mesmo tempo, ter uma boa opção de escoamento para o porto beneficiará a rota dos insumos.
O terminal intermodal é muito eficaz e garante a fluidez do tráfego da produção nacional.
Ao longo do artigo, explicaremos o seu conceito, a sua importância para a logística de cargas e como ele é utilizado aqui no Brasil.
O que é um terminal intermodal?
Terminais Intermodais é uma área com galpões e silos onde o modo de transporte de carga ou frete muda, e as mercadorias ficam armazenadas, podendo ser divididas em partes menores ou maiores para transferência entre modais de transportes.
O terminal é um componente chave da cadeia de transporte intermodal, visto que deve garantir um intercâmbio eficiente e seguro entre o transporte rodoviário, ferroviário e outros.
Além de reduzir o número de caminhões na estrada, este elo oferece inúmeras vantagens econômicas e ambientais, como:
- segurança;
- maior eficiência energética;
- redução de emissões de poluentes;
- eficiência da cadeia de suprimentos.
Assim, os terminais intermodais contam com um grande pátio e equipamentos dedicados.
Utilizando uma ou mais vias férreas internas, os trens de carga entram na área operacional do terminal, onde as unidades intermodais podem ser facilmente movimentadas.
Quais são os principais terminais intermodais do Brasil?
O Brasil conta com terminais intermodais que têm processos eficientes para escoamento de cargas.
Nestes lugares, os procedimentos facilitam o transporte de produtos e a troca de modais, desenvolvendo e aplicando modelos de fluxos otimizados.
Além disso, com a localização estratégica, os terminais diminuem os gastos com o transporte ferroviário ou rodoviário, e tornam o negócio ainda mais competitivo. Entre os principais terminais intermodais do Brasil estão:
1 — Terminal Intermodal de Campinas (SP);
2 — Terminal Intermodal de Jundiaí (SP);
3 — Terminal intermodal de Serra (ES);
4 — Terminal Intermodal de Porto Seco (MS);
5 — Terminal Intermodal Urbano de Maringá (PR);
6 — Terminal Intermodal Sul (SC);
7 — Terminal Intermodal Paranaguá (PR).
Quais são os principais desafios desse tipo de terminal?
A maioria dos transportes internacionais de mercadorias exige o uso de vários modais. Isso significa que a movimentação da mercadoria do ponto de coleta até o destino precisa de um planejamento complexo que inclua todas as etapas da carga (aérea, marítima, rodoviária e/ou ferroviária).
Este é um grande desafio para os planejadores de transporte, pois é necessária uma transição perfeita entre um modal e outro para otimizar as velocidades de entrega e tornar o transporte o mais econômico possível. Confira os principais desafios:
Importação e exportação
Outro grande desafio no planejamento de fretes internacionais é lidar com pessoas de todo o mundo. Eles, em geral, têm uma visão de negócios completamente diferente da sua.
Todos os detalhes do processo devem ser muito claros no momento das negociações. Dessa forma, você evita problemas de comunicação com fornecedores estrangeiros e questões de pontualidade relacionadas a entregar cargas.
Defasagem no sistema intermodal
No Brasil, o investimento em transporte foi maior nos sistemas rodoviários e isso é um hábito desde o tempo da República Velha (1889 a 1930).
O trânsito rodoviário como política de Estado remonta ao ex-presidente Washington Luis, responsável pela modernização das estradas no interior de São Paulo e pela abertura da primeira rodovia pavimentada do Brasil, a Rio Petrópolis, em 1928.
À medida que a malha rodoviária do Brasil se expandiu na década de 1950, o governo JK (Juscelino Kubitschek) atraiu empresas automobilísticas internacionais. Nas demais décadas, houve incentivos para os demais modais e a criação de Leis focadas nas ferrovias.
Por isso, o potencial do sistema intermodal ainda precisa ser incentivado e explorado no país.
Existem diferenças entre terminais multimodais e intermodais?
O transporte multimodal e intermodal são muito semelhantes (e em nomenclatura), mas você pode notar algumas diferenças que caracterizam cada um. Conheça suas diferenças:
Documentação
No transporte intermodal, sempre que houver troca de veículos um Conhecimento de Transporte será emitido. Isso é responsabilidade da transportadora ou do contratante do serviço.
No transporte multimodal, as operações são vinculadas ao Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC), documento emitido pelo Operador de Transporte Multimodal (OTM). Ele tem validade tanto como documento fiscal quanto como contrato de prestação de serviços.
Tipo de contrato
O transporte intermodal tem diversos trajetos que têm como consequência a emissão de contratos diferentes com prazos, valores e outras características próprias. Toda vez que há uma mudança de modal um contrato novo deve ser feito.
Por outro lado, na multimodalidade o cliente conta com um único contrato, o OTM, que percorre durante todo o processo, independentemente do modal escolhido para transporte.
Ambos conversam sobre detalhes, como registros, seguros e outras burocracias obrigatórias.
Responsabilidades
O OTM planeja e organiza a troca de modais, além de exigir a verificação dos produtos durante as mudanças de modais.
Outras responsabilidades se referem aos procedimentos de baldeação, transbordo e as exigências de lugares de armazenagem adequados.
No transporte intermodal, a responsabilidade é dos transportadores e embarcadores de cada modal conforme o trecho utilizado. Assim, respondem apenas pelo serviço realizado.
Para complementar a sua leitura, recomendamos o artigo “Como superar as dificuldades no transporte de commodities?”.